O encerramento do V Congresso Municipal sobre Envelhecimento Ativo, realizado no dia 12 de setembro, foi marcado por muita emoção com a premiação em homenagem a Maria Lucia Lebrão.
O Prêmio Científico recebeu o nome da saudosa professora que dedicou sua vida à pesquisa gerontologia e à formação de profissionais em saúde e envelhecimento, com destaque para o Estudo SABE – Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento, iniciado nos anos 2000.
A homenagem, como mostra a foto principal, foi feita pela profa. dra. Yeda Duarte, que atualmente coordena o Estudo SABE. O evento contou com ainda a presença da irmã da homenageada, Ana Lucia Lebrão.
Os trabalhos foram conduzidos por Marília Berzins, mestre em Gerontologia Social e presidente do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), que coordenou a comissão científica do Congresso. Na mesa de encerramento, quem recebeu os vencedores foi Fabiana Satiro, que atua na área da gerontologia com ensino e pesquisa e é voluntária na Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
A comissão contou ainda com a Áurea Soares Barroso, mestre em Gerontologia e doutora em Serviço Social; Rachel Katz, coordenadora da área do Serviço Social da Unibes; Jose Carlos Ferrigno, especialista em Gestão de Programas Intergeracionais e consultor de empresas e instituições socioculturais, e Dineia Cardoso, supervisora do núcleo de lazer da Coordenadoria de Gestão de Políticas Públicas e Programas de Esporte e Lazer da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer.
O primeiro lugar da premiação ficou com o trabalho São José do Rio Preto – Uma Cidade Amiga Para Todas as Idades, realizado por uma equipe que foi representada por Marília Louvison, mestre e doutora em Saúde Pública, e inclui o prof. Dr. Alexandre Kalache. O trabalho reuniu dados da iniciativa que vem sendo desenvolvida na cidade do interior de São Paulo, desde abril de 2019, coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso, em parceria com o Instituto CPFL e o Centro Internacional de Longevidade (ILC, sigla em inglês) Brasil.
As etapas incluem o envolvimento ativo das pessoas idosas, avaliar as condições que a cidade oferece, desenvolver um plano de ação e como será o monitoramento. A iniciativa une o poder público, a sociedade civil, recursos da comunidade e universidade para trazer evidencias, responder necessidades dos idosos e dar voz a eles no processo de desenvolvimento e monitoramento do plano.
O projeto pretende que São José do Rio Preto, assim como ocorreu com Veranópolis (RS) e Jaguariúna (SP), receba o título de Cidade Amiga do Idoso, concedido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os vencedores foram representados no Congresso pela prof. dra. Yeda Duarte.
Silvio Fernando Barbieri e Paulo José Fortes Villas Boas conquistaram o segundo lugar com o trabalho Fatores associados à satisfação com o local de moradia dos idosos no munícipio de São Paulo – Estudo SABE. O objetivo foi conhecer aspectos de satisfação com bairro de residência do idoso, analisando as respostas de moradia do Estudo SABE 2015.
O resultado apresentado por Silvio na premiação mostrou que grupos de idosos têm percepções distintas com relação ao bairro que moram, o que pode ser verificado com base em ferramentas de domínio público, como é o SABE. Dados que são importantes para subsidiar a tomada de decisão e maximizar a distribuição de recursos públicos. Os exemplos indicam que bairros da região Campo Limpo e Vila Prudente não são tão amigos dos idosos, como o Planalto Paulista e Vila Mariana, por exemplo.
O trabalho Mulher idosa e mobilidade urbana na realidade brasileira – pistas para reflexão, parte da tese de mestrado de Lucila Egydio (foto) com orientação da professora Bibiana Graeff ficou com o terceiro lugar da premiação. A dissertação a partir da revisão de literatura e análise de fala de mulheres do projeto Bairro Amigo do Idoso.
Os levantamentos, segundo Lucila, mostram a necessidade de um olhar específico para a mulher idosa, já que as relações de gênero determinam todo o ciclo de vida. São elas que acabam definindo os limites ou possibilidade para evoluir e conquista um envelhecimento mais bem-sucedido.
A constatação é que houve avanços, mas ainda há obstáculos à mobilidade, que afetam a decisão de sair ou não de casa e tem consequência sobre a cognição e a saúde de forma geral. Segundo a pesquisadora, é urgente fomentar mais estudos e o planejamento de ações deve ser sensível às especificidades da mulher idosa.
No site do Congresso, conheça outros trabalhos que concorreram e o conteúdo das palestras que fizeram parte das mesas de debate. O Congresso completo está disponível no canal do YouTube do vereador Gilberto Natalini, idealizador do evento. Leia mais sobre o evento no blog. (Katia Brito)
Fonte: https://novamaturidade.com.br/2020/09/18/projeto-cidade-amiga-para-todas-as-idades-vence-premiacao/